Manchester United perde nas penalidades para Grimsby Town e sai da Copa da Liga
Um choque inesperado no Blundell Park
O cenário parecia ser mais um game de aquecimento para o Manchester United. No modesto estádio Blundell Park, com capacidade para pouco mais de 9 mil espectadores, o time inglês entrou em campo carregando cerca de 200 milhões de euros em contratações recentes, como Bryan Mbeumo, Matheus Cunha e Benjamin Sesko. Mas, antes mesmo do apito inicial, o Grimsby Town mostrou que não seria um obstáculo fácil.
No primeiro tempo, os visitantes de segunda divisão abriram 2 a 0, com gols de Charles Vernam e Tyrell Warren. O segundo já tirou proveito de um erro de Andre Onana, que viu o gol de Warren resultar de um rebote mal posicionado. A primeira metade terminou sombria para o United, que ainda não tinha conseguido infiltrar o ataque recém‑contratado.
Na volta, a reação veio de Mbeumo, que marcou aos 57 minutos, seguido de um gol de cabeça de Harry Maguire logo depois. O placar ficou 2 a 2, levando a partida para a temida disputa de pênaltis – ponto onde a história do clube poderia mudar.
A sessão de cobranças se transformou em uma maratona. Após as primeiras cinco cobranças de cada lado, todos os jogadores ainda estavam de pé. Até os próprios goleiros, Onana e o Grimsby’s Christy Pym, viram a rede balançar. Quando a bola chegou novamente aos atletas de linha, a tensão chegou ao ápice.
- André Onana (United) – converte
- Christy Pym (Grimsby) – converte
- Bruno Fernandes – converte para o United
- Bruno Fernandes (Grimsby) – converte
- Bryan Mbeumo – erra, garantindo a vitória ao Grimsby
O erro de Mbeumo, que havia salvado o United no tempo regular, fechou o placar em 12 a 11 e deixou os tricolores de cabeça baixa na partida.
Desdobramentos e pressões para o técnico Ruben Amorim
Para Ruben Amorim, a noite foi um golpe duro. Desde que assumiu o cargo em novembro, o técnico português tem uma ficha de 16 vitórias em 44 jogos, número que já gera dúvidas na torcida. A eliminação precoce de um torneio nacional, ainda mais contra um clube da quarta divisão, alimenta ainda mais as críticas.
Ao lado do banco, Amorim permaneceu calmo, mas visivelmente desapontado. Ele não acompanhou a sequência de pênaltis, sentando-se no banco enquanto os jogadores se revezavam nos tiros. Kieran Green, meio‑campo do Grimsby, recordou que o técnico adversário havia avisado que “toda a pressão estava sobre eles”, frase que agora ecoa nos corredores de Old Trafford.
Historicamente, o United já tinha sofrido humilhações semelhantes, mas a última remontava a 1914, quando foi eliminado da FA Cup pelo Swindon Town. Na era moderna, a derrota faz parte de uma sequência de resultados desfavoráveis: terceiro confronto na temporada sem vitórias e uma campanha na Premier League que terminou em 15ª posição.
Além da tristeza imediata, a partida levanta questões sobre a eficácia dos investimentos recentes. Enquanto Mbeumo e Cunha ainda buscam se firmar como protagonistas, o time mostrou vulnerabilidade ao lidar com pressão e momentos decisivos.
Com a temporada ainda em curso, o próximo passo do United será reverter a situação nas competições internas, mas a sombra do que aconteceu no Blundell Park certamente pairará sobre o elenco e, sobretudo, sobre Ruben Amorim, que agora tem um desafio extra para provar seu valor diante da torcida ansiosa.
