Ministra Esther Dweck autoriza 9.580 contratações temporárias no IBGE

Ministra Esther Dweck autoriza 9.580 contratações temporárias no IBGE
Renata Britto 7 outubro 2025 1 Comentários

Quando Esther Dweck, ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos assinou, em 12 de agosto de 2025, a Portaria Conjunta nº 58/2025, o Brasil recebeu a notícia de que até 9 580 profissionais seriam contratados de forma temporária para reforçar o IBGE. A medida, também respaldada por Simone Tebet, ministra do Planejamento e Orçamento, tem como objetivo atender "necessidades temporárias de excepcional interesse público" nas pesquisas estatísticas que sustentam políticas públicas em todo o país.

Contexto: por que o IBGE precisa de milhares de profissionais agora?

O instituto já realiza, anualmente, levantamentos que alimentam desde o cálculo do PIB até a definição de cotas em universidades. A última grande contratação aconteceu em 2023, quando 8 141 vagas foram abertas, e, em 2024, foram ofertados 895 cargos através do Concurso Público Nacional Unificado. Porém, o calendário de censos, pesquisas de consumo e estudos de mapeamento territorial está cada vez mais apertado. "Sem a força‑trabalho adequada, nossos indicadores perdem a granularidade que estados e municípios precisam para planejar saúde, educação e infraestrutura", explicou um porta‑voz do IBGE em entrevista à imprensa.

Detalhes das vagas e remuneração

Das 9 580 vagas, 8 480 são destinadas a Agente de Pesquisas e Mapeamento, responsáveis por ir a campo, registrar informações e alimentar bases de dados. Cada agente receberá R$ 2.676,24 mensais, além de auxílio‑alimentação, transporte e pré‑escolar. Os 1 100 cargos restantes são para Supervisor de Coleta e Qualidade, que coordenam equipes e asseguram a integridade dos dados; o salário previsto é de R$ 3.379,00, com os mesmos benefícios.

Todos os cargos exigem, no mínimo, ensino médio completo. As oportunidades serão distribuídas em cerca de 530 municípios, o que garante presença até nas regiões mais afastadas, como o interior do Amazonas e o sertão nordestino.

Processo seletivo: a Fundação Getúlio Vargas como banca organizadora

Para garantir transparência e agilidade, o governo escolheu a FGV para conduzir o processo seletivo simplificado. O contrato entre o IBGE e a banca deve ser firmado até fevereiro de 2026, respeitando o prazo de seis meses estabelecido na portaria. A expectativa é que o edital seja publicado ainda no segundo semestre de 2025, com duas fases de inscrição previstas "o mais rápido possível", segundo declaração da diretoria da FGV.

Reações de candidatos e de sindicatos

Reações de candidatos e de sindicatos

Para muitos profissionais que buscam estabilidade no serviço público, a notícia chegou como um alívio. "Depois de tantas contratações temporárias nos últimos anos, finalmente temos uma perspectiva clara de remuneração e benefícios", disse Maria Silva, candidata a agente de pesquisas em Salvador. Por outro lado, sindicatos como o SINT – Sindicato dos Trabalhadores em Pesquisa – alertam para a necessidade de que os contratos sejam, de fato, prorrogáveis por até três anos, como previsto, para evitar alta rotatividade que comprometa a qualidade dos levantamentos.

Impactos econômicos e sociais

Do ponto de vista macroeconômico, a medida representa um estímulo de cerca de R$ 26,5 milhões mensais em salários, sem contar os auxílios. Além disso, garante a continuação de pesquisas que embasam decisões de investimentos privados, como expansão de redes de telecomunicações em áreas rurais. Socialmente, a presença de agentes de campo em municípios menores pode melhorar o acesso a serviços públicos, ao revelar necessidades reais de população que muitas vezes ficam invisíveis nos grandes indicadores nacionais.

Próximos passos e calendário

Próximos passos e calendário

  • 12/08/2025 – Publicação da Portaria Conjunta nº 58/2025.
  • Até 01/02/2026 – Assinatura do contrato entre IBGE e FGV.
  • Até 30/06/2025 – Aprovação do edital interno.
  • Final de 2025 – Abertura das inscrições para candidatos.
  • Início de 2026 – Entrada em vigor dos primeiros contratos.

Por que isso importa para o cidadão comum?

Os dados coletados pelos agentes alimentam o cálculo de indicadores como taxa de desemprego, renda per capita e condições de moradia. Quando esses números chegam ao Ministério da Saúde, por exemplo, eles orientam a distribuição de vacinas e recursos para hospitais. Em resumo, a contratação temporária não é apenas um número em planilha; é a base que garante que políticas públicas cheguem onde são mais necessárias.

Perguntas Frequentes

Quantas vagas estão disponíveis e onde elas serão distribuídas?

Serão 9 580 vagas no total, sendo 8 480 para Agente de Pesquisas e Mapeamento e 1 100 para Supervisor de Coleta e Qualidade. As oportunidades cobrirão cerca de 530 municípios, incluindo capitais e cidades do interior em todas as regiões do Brasil.

Qual será a remuneração e os benefícios oferecidos?

Agentes de Pesquisas receberão R$ 2.676,24 mensais, enquanto Supervisores ganharão R$ 3.379,00. Ambos os cargos incluem auxílio‑alimentação, auxílio‑transporte e auxílio‑pré‑escolar, conforme política de benefícios do IBGE.

Como funcionará o processo seletivo e quem o conduzirá?

A Fundação Getúlio Vargas (FGV) será a banca organizadora. O edital deve ser publicado dentro de seis meses da portaria, e as inscrições ocorrerão em duas fases, com seleção simplificada baseada em critérios de escolaridade e experiência.

Quanto tempo duram os contratos e há possibilidade de prorrogação?

Os contratos têm vigência inicial de um ano, podendo ser prorrogados por até três anos adicionais, conforme necessidade de conclusão das pesquisas e disponibilidade orçamentária.

Qual o impacto esperado dessas contratações para a sociedade?

Ao reforçar a equipe do IBGE, espera‑se a continuidade e a ampliação dos levantamentos estatísticos que orientam políticas de saúde, educação, infraestrutura e investimentos privados, proporcionando decisões mais precisas e alinhadas às necessidades reais da população.

1 Comentários

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    Túlio de Melo

    outubro 7, 2025 AT 04:44

    A iniciativa do IBGE traz à tona a necessidade de dados robustos para o planejamento nacional. Sem a coleta adequada, políticas públicas ficam às cegas, como navegantes sem bússola. A contratação temporária pode ser vista como ponte entre a demanda e a capacidade institucional. Contudo, a transitoriedade dos contratos levanta dúvidas sobre continuidade dos projetos. É essencial que se trace um caminho que una eficiência imediata e visão de longo prazo.

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