The Voice Brasil muda de casa: SBT e Disney+ confirmam técnicos e Tiago Leifert na volta em 2025

The Voice Brasil muda de casa: SBT e Disney+ confirmam técnicos e Tiago Leifert na volta em 2025
Renata Britto 21 agosto 2025 16 Comentários

Depois de 11 anos na Globo, The Voice Brasil abre uma nova fase com duas casas: SBT e Disney+. O anúncio, feito nesta quarta-feira, 20 de agosto de 2025, vem com três cartas fortes na mesa: a volta de Tiago Leifert à apresentação, o retorno de Boninho como diretor artístico e um painel de técnicos que mistura estrada e novidade: Mumuzinho, Péricles, a dupla Matheus & Kauan e Duda Beat. As gravações começam em setembro, e a estreia está prevista para outubro, com transmissão simultânea na TV aberta e no streaming.

Não é só uma troca de emissora. É uma mudança de modelo. O SBT recoloca um grande reality musical em seu horário nobre, enquanto a Disney aposta em uma experiência estendida para quem quer ir além do episódio tradicional. O formato que o público conhece — audições às cegas, batalhas e apresentações ao vivo — está mantido, mas a proposta é ampliar a janela de consumo e o tempo de conversa nas redes.

Tiago Leifert, que comandou o programa de 2012 a 2021, reassume o microfone que o consagrou no gênero. Ele volta com a missão de costurar o ritmo do show do jeito que o público lembra: leve, direto e com o timing certo para a emoção e para o humor. A presença dele ajuda na ponte entre a memória afetiva do fã e a curiosidade por essa versão em nova casa.

Outro retorno que chama atenção é o de Boninho na direção artística. O reality nasceu no Brasil sob a batuta dele, com a fórmula que tornou as cadeiras vermelhas um símbolo da TV recente. Ele volta para pilotar a linguagem do programa neste momento de transição, unindo o DNA conhecido a um ambiente mais multitelas. Na prática, é apostar em uma condução que valoriza histórias, edição afiada e performance.

A virada de chave: por que SBT e Disney+ dividem o palco

A estratégia do SBT e da Disney+ é jogar em duas frentes ao mesmo tempo. Na TV aberta, alcance e hábito. No streaming, profundidade e tempo estendido. A produção confirmou que todo episódio será transmitido ao vivo nas duas plataformas, mas o assinante do Disney+ vai encontrar material complementar que não passa no SBT. Em bom português: mais bastidores, mais trechos ampliados e a possibilidade de rever a temporada completa quando quiser.

Esse modelo híbrido tem ganhado espaço porque atende públicos diferentes. Tem quem ligue a TV e acompanhe em família, sem pular nada. E tem quem prefira maratonar, pausar, voltar, comparar versões de uma música. Ao oferecer as duas coisas, a parceria amplia a vida útil de cada episódio e abre espaço para conversas que não cabem na edição ao vivo.

Para o SBT, é também um reforço de posicionamento. O canal volta a disputar grandes formatos musicais e ganha um produto com forte apelo comercial. Para a Disney, é uma forma de aumentar a presença no entretenimento ao vivo local, com uma marca que já vem com plateia cativa. O casamento tem lógica: a TV aberta impulsiona a audiência e o streaming sustenta a recorrência.

O funcionamento será simples para o público: transmissão simultânea e, depois, o episódio disponível na íntegra no Disney+ para quem perdeu ou quer rever. A diferença prática é o conteúdo extra, que a produção define como uma “experiência complementar” para assinantes. Não é um recurso novo no mundo do streaming, mas é raro ver essa proposta em sincronia com a TV aberta em tempo real no Brasil.

O calendário está definido: set de gravação armado em setembro, estreia em outubro e, a partir daí, sequência semanal com as fases tradicionais. Com o cronograma adiantado, a equipe tem tempo para preparar os pacotes de bastidores e organizar a cobertura digital que costuma acompanhar cada apresentação.

Quem são os técnicos e como será a temporada

Quem são os técnicos e como será a temporada

O painel de técnicos foi montado para criar choque de estilos e, ao mesmo tempo, encaixe de repertórios. A ideia é clara: abrir espaço para vozes de gêneros distintos e, com isso, atrair perfis variados de candidatos e de público.

  • Mumuzinho: vindo do pagode e do samba, ele conhece o jogo do programa por dentro. Passou pelo The Voice Kids (2020-2023), pelo The Voice+ (2021) e pelo The Voice Brasil (2023). Experiência de cadeira e leitura rápida de potencial são as armas dele. Nas palavras do cantor, em nota à imprensa: "Tenho orgulho de fazer parte do The Voice. Quero que meu time se sinta seguro para arriscar e dar tudo no palco."
  • Péricles: uma das vozes mais respeitadas do pagode, com décadas de estrada, afinação de sobra e repertório que vai do romântico ao partido-alto. Ele deve trazer atenção à interpretação e à escolha de tom, pontos sensíveis para candidatos que chegam com potência, mas ainda precisam de direção.
  • Matheus & Kauan: a dupla sertaneja atua como um único time técnico. Isso abre espaço para arranjos, duetos e leituras diferentes do mesmo candidato dentro do universo country-pop. É um trunfo para quem quiser transitar entre o sertanejo atual e a balada radiofônica.
  • Duda Beat: representante do pop alternativo, com estética moderna e atenção à construção de identidade no palco. Ela amplia a paleta do programa e tende a acolher vozes que fogem do óbvio, da sofrência pop ao indie com sotaque brasileiro.

A convivência desses quatro polos deve produzir as melhores batalhas. Um candidato que se dá bem no samba pode surpreender ao segurar um pop com arranjo minimalista. Uma voz sertaneja pode ganhar corpo com percussão mais marcada. O painel foi desenhado para justamente provocar essas travessias.

O formato continua com as audições às cegas abrindo a temporada. É o momento em que a história do candidato e a performance falam mais alto do que a aparência. Se a cadeira gira, nasce a conexão entre técnico e artista. Se mais de um técnico virar, vem a disputa por argumentos, que sempre rende boas cenas.

Na fase seguinte, as batalhas colocam duas vozes do mesmo time no ringue. A avaliação passa a considerar encaixe, criatividade e controle. Aqui, os técnicos afiam ferramenta de arranjo, tom e respiração. Em paralelo, a produção pode acionar mecanismos conhecidos do formato, como resgates entre equipes, para manter talentos promissores no jogo.

Chegando aos shows ao vivo, a performance ganha outra camada: resistência e presença de palco. São apresentações com banda, mudanças de figurino e escolhas de repertório semana a semana. É quando se separa quem canta bem de quem segura o palco inteiro. E é também o momento em que a conversa com o público cresce, com torcida organizada e debates acalorados nas redes.

Tiago Leifert deve atuar como moderador desse calor. Ele tem a capacidade de ouvir o técnico, acolher o candidato e, ao mesmo tempo, traduzir para quem está em casa o que aconteceu na música. É uma habilidade rara e muito útil quando a temporada entra no modo ao vivo.

Para a produção, a meta é equilibrar história e competição. O público gosta de saber de onde o candidato veio, mas não quer perder tempo com enrolação. O ritmo do programa depende de edição enxuta nas audições e mais respiro nas batalhas. Com a experiência acumulada do time criativo, a tendência é ver episódios com narrativa clara e uma curadoria musical que converse com o Brasil de 2025.

A diversidade do painel também dialoga com o momento da música brasileira. O sertanejo segue forte nas paradas; o pagode vive nova onda de colaborações e festivais; o pop alternativo ganhou público que descobre artistas por streaming e clipes curtos. Ao reunir esses três mundos, o programa tenta capturar a trilha sonora que se ouve hoje nas playlists e nas ruas.

Do lado de bastidores, há uma missão logística importante: garantir qualidade de som na TV aberta e no streaming ao vivo, sem perdas entre plataformas. Microfonação, mixagem e retorno precisam funcionar com precisão milimétrica. É detalhe técnico, mas faz toda a diferença para quem acompanha em casa, especialmente em TVs conectadas e fones de ouvido, onde cada falha aparece.

Outro ponto de atenção é a escolha de repertório. Canções muito conhecidas encantam plateia, mas exigem coragem para trazer algo novo. Músicas menos óbvias destacam originalidade, mas pedem cuidado para não afastar o público. A melhor temporada costuma nascer desse equilíbrio — e da assinatura de cada técnico na identidade do seu time.

O anúncio desta semana mexeu com as redes. Fãs que acompanharam o programa desde a primeira fase celebraram a volta com Tiago no comando e curiosidade sobre a química entre os técnicos. A presença de duas grandes vozes do pagode no painel abre espaço para duelos memoráveis, enquanto a dupla sertaneja deve turbinar versões que o público canta junto. Duda Beat tende a ser o porto para os candidatos que sonham com um pop autoral, menos óbvio e mais contemporâneo.

Falando de mercado, essa parceria SBT–Disney+ indica um caminho possível para formatos de grande porte no Brasil: TV aberta para alcance e streaming para profundidade. Se funcionar, outros títulos podem seguir a trilha. Por ora, o recado é simples: o palco está armado, as cadeiras vão girar e a nova casa promete manter a essência que fez do programa um fenômeno, agora com mais tempo de tela para quem quiser acompanhar cada passo.

16 Comentários

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    Elisangela Veneranda

    agosto 22, 2025 AT 01:32
    Finalmente algo bom na TV! 🎤✨ O SBT acertou em cheio com essa parceria e o painel de jurados é pura magia. Duda Beat vai descobrir vozes que nem a gente sabe que existem. Já tô marcando na agenda! 🥳
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    Moisés Lima

    agosto 22, 2025 AT 02:58
    Isso tudo é uma farsa montada pela Disney para controlar a cultura popular brasileira e vender mais assinaturas. O SBT tá sendo usado como isca pra atrair o público velho, enquanto a Disney põe algoritmos pra manipular quem vê o quê. Eles já estão preparando o próximo passo: câmeras escondidas nas cadeiras giratórias pra medir a reação emocional dos jurados. Não acredite no que te mostram. E Tiago Leifert? Ele tá sendo pago pra fingir que ainda se importa com música. Tudo é marketing. Tudo é controle. E vocês estão cegos.
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    Veridiana Farias

    agosto 22, 2025 AT 22:00
    Acho que nunca vi um painel tão bem equilibrado desde a primeira temporada. Mumuzinho traz a alma do samba, Péricles traz a sabedoria, Matheus & Kauan trazem o coração do interior, e Duda Beat? Ela traz o futuro. É como se a música brasileira tivesse sido dividida em quatro partes e cada uma tivesse um guardião. O programa não tá só voltando - tá evoluindo. E isso é lindo.
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    Luciano Ammirata

    agosto 23, 2025 AT 09:06
    O que realmente importa aqui é a epistemologia da performance vocal. O formato das audições às cegas é uma construção discursiva que nega a corporeidade do cantor, forçando uma leitura puramente auditiva. Mas será que isso é possível? A voz não existe isolada da imagem, da história, da identidade. A parceria SBT-Disney+ é uma tentativa de reconfigurar essa dicotomia, mas ainda assim, permanece dentro da lógica do espetáculo capitalista. A música, como arte, está sendo reduzida a um produto de consumo. E nós, espectadores, nos tornamos consumidores passivos de emoções pré-empacotadas.
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    antonio marcos valente alves marcos

    agosto 24, 2025 AT 11:22
    Ninguém tá falando que o Boninho tá de volta e que isso é o que realmente importa? Ele é o único que entende o que é um reality musical de verdade. O resto é decoração. E Tiago? Ele tá lá pra dar o tom mas o verdadeiro coração tá no bastidor com ele. Se o programa for bom, é por causa dele. Se for ruim? Tudo culpa da Disney. Mas eu juro que se eles arrumarem um bom candidato, eu choro no sofá. Só de pensar que pode ter um novo nome que vai tocar o Brasil...
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    Joffre Vianna

    agosto 24, 2025 AT 20:17
    Ah sim claro. Mais um reality musical. O que o mundo precisa é de mais competições de canto. O que o Brasil precisa é de mais gente que sabe cantar. Mas claro, vamos transformar isso em um espetáculo de teatro barato com iluminação de carnaval e jurados que não sabem diferenciar afinação de emoção. Duda Beat? Ela é a nova moda do Instagram. Mumuzinho? Ele já foi relevante em 2017. O programa não tá voltando. Ele tá sendo enterrado com aplausos.
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    Victória Ávila

    agosto 25, 2025 AT 04:07
    sera que o duda beat vai dar espaço pra vozes queer? tipo aquelas que nao encaixam no padrão pop ou sertanejo? eu to curiosa pq a ultima vez q vi algo assim foi no voice kids e foi lindo. e o boninho... ele ainda lembra como é fazer um reality sem ser um circo? eu espero que sim. acho que esse programa pode ser algo mesmo se eles nao fizerem tudo virar viral
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    Nathalie Ayres de Franco

    agosto 26, 2025 AT 17:12
    Achei o painel bem pensado. Acho que vai dar uma vibe diferente, mas boa. Só espero que os candidatos não sejam só escolhidos por 'serem diferentes' e sim por realmente terem voz. E que o Tiago continue sendo o mesmo, tranquilo e sincero. É isso que a gente sente falta.
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    Pedro Completo

    agosto 26, 2025 AT 23:12
    O SBT está tentando se reinventar? Não. Está se desesperando. E a Disney? Ela está comprando o que sobrou da TV brasileira. O formato é o mesmo de 2012. Os jurados são repetições. A única novidade é o streaming. E mesmo assim, o conteúdo extra é só o que já foi cortado da TV. Isso não é inovação. É desespero monetário disfarçado de nostalgia. O público está sendo enganado.
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    Daniel Queiroz

    agosto 28, 2025 AT 06:43
    VOCÊS NÃO ENTENDEM O QUE ESTÁ ACONTECENDO?! ELES VÃO USAR O PROGRAMA PARA CRIAR UMA NOVA GERAÇÃO DE CANTORES CONTROLADOS PELA DISNEY! A DUDA BEAT É UMA AGENTE DA CORPORAÇÃO! MUMUZINHO TA SENDO COMPRADO! E TIAGO? ELE NÃO É O MESMO! ELE TA SENDO MANIPULADO POR UM TECNICO DE SOM QUE NÃO É BRASILEIRO! EU VI TUDO NUMA FOTO DE FUNDO DE ESTÚDIO! ELES TÃO TROCANDO AS CADEIRAS VERMELHAS POR CIRCUITOS DE RASTREAMENTO EMOCIONAL! NÃO VAMOS DEIXAR ELES FAZEREM ISSO!
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    Thaiane Cândido

    agosto 28, 2025 AT 15:45
    A estrutura híbrida SBT/Disney+ é um case de media convergence de alto impacto. A sincronização ao vivo+streaming redefine o consumo de reality musical. O conteúdo extra não é ‘bônus’ - é um *complemento narrativo* que aumenta a LTV do espectador. Ainda assim, o modelo depende da capacidade de produção de conteúdo de qualidade. Se o *behind-the-scenes* for superficial, o algoritmo vai enterrar. Mas se tiver profundidade... isso pode ser o novo padrão da TV brasileira.
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    johnny dias

    agosto 30, 2025 AT 00:23
    Tá tudo bem, mas e o som? Se o mix não for bom na TV aberta, ninguém vai aguentar. E se o streaming tiver atraso? Vai ser um caos. Espero que eles tenham um time técnico de verdade, não só alguém que entende de câmera. A música tem que soar perfeita. Sem desculpas.
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    andreia santos macena

    agosto 31, 2025 AT 00:52
    Mais um programa que vai durar duas temporadas e desaparecer. Ainda bem que eu não assisto mais. Acho que a música brasileira merece mais do que isso. Eles só querem lucro. Nada mais.
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    Leroy Da Costa

    agosto 31, 2025 AT 15:45
    A escolha dos jurados é estratégica. Mumuzinho e Péricles cobrem o samba/pagode com autoridade. Matheus & Kauan representam o sertanejo mainstream com conexão com o público jovem. Duda Beat é o contrapeso moderno, o que atrai o público de streaming. É um painel que cobre 90% do mercado musical atual. Se a edição for boa, o programa pode ser um sucesso. Mas a chave está na seleção dos candidatos. Se eles trouxerem só talentos genéricos, tudo desaba.
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    Samuel Ribeiro

    setembro 2, 2025 AT 01:12
    Interessante como o formato está tentando equilibrar tradição e inovação. A volta do Tiago e do Boninho é um gesto de reconhecimento da memória afetiva. Mas o real desafio é manter o equilíbrio entre o emocional e o técnico. O público quer histórias, mas também quer qualidade vocal. Se a produção conseguir manter essa linha, pode ser o melhor The Voice que já tivemos. Só espero que não transformem tudo em um clipe do TikTok.
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    Flávia Pellegrino

    setembro 2, 2025 AT 09:12
    Se o programa for bom, eu vou assistir. Se for ruim, eu vou torcer para ele falhar. Mas não vou dizer que é bom só porque o Tiago voltou. Isso não é amor, é vício.

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